900 atendimentos foram realizados no Mutirão do HMIJS e do HRCC em Canavieiras

“Isso a gente não vê sempre. É difícil passar por aqui. E como tudo isso é importante pra a gente”, elogiou a pescadora Ângela Santos de Almeida. Ela foi uma das primeiras pessoas atendidas no III Mutirão da Saúde realizado em parceria pelo Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio (HMIJS) e Hospital Regional Costa do Cacau (HRCC), no último sábado, durante todo o dia, em Canavieiras, sul do estado. Novecentos atendimentos foram prestados à população. “A gente estava precisando muito deste tipo de serviço. O mutirão facilitou tudo”, reconheceu a também pescadora Joana Angélica Santos, que teve a filha avaliada pela pediatra.

O III Mutirão da Saúde foi uma iniciativa conjunta das unidades hospitalares que são referência em alta complexidade na região, através das suas respectivas entidades gestoras. Pelo HMIJS, a Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS). Pelo HRCC, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Administração Hospitalar (IBDAH). A iniciativa teve o apoio do Governo da Bahia, através da Secretaria Estadual da Saúde, e da Prefeitura de Canavieiras.

Festa, empatia e prestação de serviço

A caravana foi recebida logo cedo com banda marcial e hasteamento solene de bandeiras. Centenas de pessoas aguardavam no pátio da Escola Municipal Paulo Freire pela distribuição de senhas. Durante todo o dia foram ofertados serviços de Cirurgia Geral, Pneumologia, Clínica Médica, Cardiologia, Gastro, Nutrição, Ginecologia/Obstetrícia, Pediatria, Cirurgia Pediátrica, Ultrassonografia, Inserção de DIU e ECG. Paralelamente às ações na escola, pequenas cirurgias foram realizadas no Hospital Municipal Régis Pacheco. A ação contemplou as comunidades de marisqueiros, pescadores e extrativistas, que são bem representativas em Canavieiras.

“O nosso objetivo foi alcançado”, revela o diretor-médico do Materno-Infantil, Samuel Branco. “A missão é levar saúde às populações mais vulneráveis e com dificuldade de acesso aos serviços de saúde”, explicou. O trabalho extramuro desenvolvido pelos dois hospitais também foi destacado. Antônio Walter, diretor-administrativo do HRCC, lembrou que o mais importante é poder trazer serviços para mais próximo da população. Domilene Borges, diretora-geral do HMIJS, lembra que, historicamente, há uma demanda reprimida nos municípios e que, por este fato, mutirões como este tornam-se uma ação de grande relevância, especialmente quando avalia a população atendida.

Voluntariado

Todas as equipes do mutirão participaram de forma voluntária. Médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas e colaboradores administrativos ofereceram o sábado de descanso para mais uma ação de empatia. Estudantes de medicina, com internato no HMIJS, também aderiram à iniciativa. Brenda Valverde cursa o 6º semestre de Medicina. No sábado vivia as últimas horas das férias escolares e não abriu mão de participar do mutirão. “Cada momento desse agrega mais aprendizado. No início (do curso) a gente está mais na teoria. E aí com esse contato com o público e isso permite visualizar melhor o que é a medicina na prática”, justificou a opção que fez.

Ações públicas de relevância

O reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Alessandro Fernandes, também compareceu para prestigiar o evento e acompanhar os estudantes de medicina que participaram da iniciativa. Para ele, em mutirões como este, é o momento onde as universidades públicas e os hospitais púbicos da Bahia podem atender um número elevado de pessoas em um dia que, além de ser festivo, pela situação, é, também, voltado para o tratamento da saúde.  “A universidade se faz presente com alunos e corpo docente e eu diria que isso nada mais é do que devolvermos à sociedade o investimento que é feito na universidade, na formação profissional. Trata-se de uma atividade extramuro, uma atividade extensionista, mas feita com muito zelo e com muito afeto”, definiu.

Este é o terceiro mutirão realizado pelo Hospital Materno-Infantil. Os dois últimos, em parceria com o Costa do Cacau. Em todos eles, os resultados ficaram acima do projetado. No primeiro, foram contempladas as comunidades indígenas de Ilhéus. Depois foi a vez das comunidades Quilombolas de Itacaré. Os Hospitais Materno-Infantil e Costa do Cacau são duas obras do Governo da Bahia, com atendimento em alta complexidade e 100 por cento SUS.